
Um dos assessores científicos destes projectos é o Dr. Roberto Llinás que recentemente declarou à imprensa algumas das conclusões até hoje obtidas de estudos feitos em ratos de laboratório enviados para o Espaço.
O Dr. Llinás referiu, por exemplo, que a ausência de gravidade produz alterações irreversíveis no cérebro dos ratos mais jovens. Verificou-se, posteriormente, que os voos espaciais provocam modificações significativas no cortex cerebral das crias durante o seu desenvolvimento mas não se verificando o mesmo nos animais adultos (o cortex cerebral forma a superfície externa do cérebro sendo o lugar onde se localizam as funções superiores como a memória, a imaginação, o pensamento e a capacidade criativa).
Nos estudos realizados no hipotálamo dos ratinhos verificou-se um incremento de actividade no sistema de comunicação química entre o cérebro e o resto do organismo, "provavelmente como consequência do stress provocado pelos voos e pelas especiais condições de microgravidade dos mesmos" - adiantou o Dr. Llinás.
Os resultados são francamente importantes tendo em vista o futuro das missões de longa duração que impliquem a permanência de astronautas durante anos e o nascimento de crianças no Espaço.
Para já, o risco dessas crianças nascerem com problemas neurológicos severos é uma certeza. De facto, a gravidade terrestre é necessária para o pleno desenvolvimento do cérebro de qualquer animal. Fora da Terra, com a redução dessa gravidade, o cérebro dos fetos teria muito dificuldade desenvolver-se correctamente. A solução passará pela criação de gravidade nas naves e nas estações espaciais onde se queira que crianças e outros animais nasçam e se desenvolvam.