Não é nada
de novo mas a medicina tem dado muito pouca importância ao tema mesmo depois de
se ter criado o termo "psicossomática" para descrever as alterações
orgânicas e as enfermidades que são provocadas, afectadas ou estimuladas pela
psique, os comportamentos e os estilos de vida.
Ao contrário
do que geralmente está convencionado, a mente não está alojada na cabeça. Ela
resulta da actividade do sistema nervoso mas seus efeitos distribuem-se por
todo o organismo a cada instante.
Já todos
percebemos como uma emoção forte acelera o coração ou como ficamos
"gelados" com uma notícia aterradora. Mas, subtilmente, mesmo o
estado do nosso humor e do nosso ânimo, afectam todo o corpo, ainda que disso
não tenhamos consciência.
Quantas
indisposições "físicas", quantas doenças e perturbações não têm
origem no nosso mundo psíquico, por vezes nas memórias emocionais, sem que
disso tenhamos consciência?
Infelizmente,
os médicos, de uma maneira geral, tratam os problemas psicossomáticos com
alguma indiferença, até mesmo com algum desprezo. E, não obstante, o tema é
científico e não esotérico. Faria muito bem a muitos médicos perceberem um
pouco mais da psicologia humana e tratarem dos doentes mais do que das doenças
propriamente ditas.
O assunto é
sério, ultrapassa o entendimento de alguns curiosos e aventureiros que debutam
no campo das medicinas alternativas e seus anexos, exige especialização e, por
isso, aqui fica o meu alerta.
Tenha em
conta que todas as enfermidades têm algum tipo de ligação íntima com a psique e
o estado de espírito; variam de aspecto, frequência, predisposição e gravidade
em função da personalidade (a pessoa no seu todo) e dos padrões de
comportamento e, finalmente, devem ser objetivamente estudadas e acompanhadas
por quem sabe.
A influência
da mente (das disposições, dos pensamentos, das emoções, etc) sobre o corpo
(incluindo o próprio cérebro) é muito grande (estima-se que 80% das doenças
actualmente conhecidas são "alimentadas", quando não provocadas,
pelos estados de espírito).
Mais do que
o tão badalado "pensamento positivo" (uma já estafada crença nem
sempre fácil de cumprir) necessitamos é de melhorar o nosso auto-conhecimento,
o nosso equilíbrio emocional e sentimental, a nossa auto-estima e a nossa
capacidade de tomarmos decisões e assumir escolhas.
Com isso iremos melhorar o nosso sistema imunitário, isto é, as defesas que o corpo gera de forma natural. Ficaremos então menos vezes doentes e a cura será mais rápida. E, assim, a longevidade pode então ser uma conquista da inteligência mais do que dos genes, dos factores ambientais e da sorte. Porque ser inteligente é saber fazer opções. Mesmo na saúde.
Nelson S Lima